A importância da sensibilidade ao falar com crianças

"A sua postura está ruim". "Você tem que treinar mais". "Você precisa emagrecer".

🔹Essas foram as frases de uma professora de dança para uma paciente que atendi nessa semana.

Ela amava dançar, chegou ao nível de competição. Quando iniciou a pandemia, obviamente, não conseguia manter um ritmo de treinamento de 3h por dia. Depois de 1 ano, ouvindo as críticas repetidas da professora, ela desistiu, e agora faz mais de 1 ano que ela não dança.

🔹Me cortou o coração ouvir a mãe contando que ela precisava pedir para a filha parar de dançar, se não ela passava o dia inteiro fazendo as coreografias, mas hoje não suporta nem ouvir falar sobre isso. Foi até difícil dela contar na consulta.

Quem trabalha com crianças precisa ter ainda mais respeito e bastante sensibilidade. Estar atento para o ritmo de cada um. Cada criança tem o seu temperamento, individualidade, modo de "funcionar". Não tem como tratarmos todos da mesma forma, exigindo da mesma maneira, tratando mais como "coisas" e não como pessoas.

🔹Essa paciente, por exemplo, já tem uma autocobrança importante, já tem um perfil mais crítico consigo mesma. Então, essa situação foi insuportável para ela.

Expor uma criança a esse tipo de violência psicológica é muito perverso!

A minha orientação é que os pais sempre devem estar atentos a todos ambientes que a criança frequenta, conhecer e participar. Ao menor sinal de mudança do comportamento buscar ajuda profissional.

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🧠 Médica Psiquiatra, especialista em Infância e Adolescência. Realiza atendimento de crianças, adolescentes e adultos.

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